De acordo com Luciano Abrantes, diretor de Inovação Digital da companhia, atualmente 80% das revendedoras utilizam a plataforma digital para vender

Hoje, das 1,7 milhão de consultoras da Natura espalhadas na América Latina (Brasil, Colômbia, Peru, Argentina, Chile e México), pelo menos 1,4 milhão estão ligadas à plataforma digital da empresa, ambiente feito para vendas online. Em março do ano passado, esse número era bem menor: 500 mil. As informações são de Luciano Abrantes, diretor de Inovação Digital da companhia, em entrevista para a ABEVD – Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas.

Segundo Abrantes, o  processo de digitalização começou de forma mais intensa em 2015, em todo o Brasil, com a expansão do Rede Natura (espaço de vendas online para consultoras). Meses depois, foi lançado aplicativo Consultoria, destinado à rede em território nacional. Na sequência, o Rede Natura foi expandido para outras operações na América Latina. Nesses países também foi lançado, posteriormente, o aplicativo para consultoras, batizado de Mi Negocio. Neste ano, a Natura cruzou o globo lançando a venda direta digital – alinhada à estratégia multicanal – na Ásia com a inauguração da operação na Malásia.

A plataforma digital faz parte das iniciativas da Natura para avançar no processo de digitalização das vendas diretas. “Continuamos a investir em inteligência artificial para acelerar e melhorar o atendimento de nossas consultoras e consumidoras”, afirmou Abrantes. O objetivo, segundo o diretor, é contribuir para a convergência cada vez maior entre o modelo de venda presencial e online.

Mais que um avanço em tecnologia, a utilização da internet e das redes sociais para revender produtos representa uma revitalização da venda por relações, caracterizada, antigamente, pela presencialidade, o “porta-a-porta”. De acordo com Abrantes, o impacto da popularização das plataformas digitais fez surgir, inclusive, um novo perfil de consultoras, as chamadas “consultoras-influenciadoras”, que utilizam principalmente as mídias sociais na estratégia de vendas.

“Esse novo perfil de Consultora entende o potencial da internet e sua convergência com nosso modelo de negócios, que – em sua essência – sempre foi uma rede social, mesmo antes do termo existir” (Luciano Abrantes).

No entanto, mesmo com o uso cada vez maior das mídias sociais nas vendas diretas, Abrantes garante que o “porta-a-porta” não vai acabar. “Sempre haverá espaço para a venda presencial, pois os seres humanos são gregários e valorizam suas relações”, disse. Por último, o diretor comentou sobre o uso da tecnologia blockchain pela Natura. “É uma ferramenta que tem potencial para ser adotada em diferentes áreas da empresa”.

Para Adriana Colloca, presidente executiva da ABEVD, associação que representa o setor de vendas diretas, iniciativas como a da Natura são fundamentais para assegurar ainda mais ferramentas de venda para os empreendedores independentes do setor. “A venda direta é baseada nas relações, na proximidade, e essa proximidade não significa mais, necessariamente, estar presente fisicamente”, explicou a executiva.

Fonte: ABEVD