Pesquisa nacional encomendada pela ABEVD aponta que perfil de empreendedores do setor vem se transformando nos últimos anos
Quase metade dos empreendedores independentes (49,5%) que revendem produtos e serviços são jovens de 18 a 29 anos e dedicam tempo integral à atividade (63,5%), revolucionando um setor que começou sendo um “bico” para donas de casa que faziam da Venda Direta uma atividade para complementar a renda do lar. A pesquisa, encomendada, em 2023, pela Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD), foi conduzida pela empresa norte-americana CVA Solutions,
A venda média com a atividade ganhou força após o período de pandemia e aumentou 58,7%, em relação a 2020, passando de R$ 1.639,00 para R$ 2.602,00. Além disso, as ferramentas mais utilizadas para divulgação de produtos e serviços se tornaram digitais. Aplicativos de mensagens, como WhatsApp (79,9%), e redes sociais (71,3%) como Facebook e Instagram, passaram a ser os principais meios pelos quais as vendas diretas são realizadas, assim como suas ferramentas de divulgação: 76% dos empreendedores já recebem catálogos digitais sendo que 56% preferem receber neste formato ao invés da versão impressa.
A participação dos gêneros também está mais equilibrada nos tempos atuais. As mulheres, que já foram ampla maioria, hoje são 60% da força de venda do segmento, mas o número de homens que atuam no segmento vem crescendo. “São 1,2 milhão de homens no setor – considerando o número total, 3,5 milhões, de empreendedores – exercendo uma atividade de empreendedorismo com baixo risco, demonstrando que a Venda Direta é um espaço de inclusão, sem exigência de escolaridade ou experiências anteriores”, explica Adriana Colloca, presidente-executiva da ABEVD.
Entre os principais motivos de escolha para trabalhar com este segmento estão a flexibilidade de tempo (54,7%) e o fato de ser seu próprio chefe (54,4%), possuindo assim autonomia no trabalho, um dos principais desejos dos jovens atuais.
Segundo Adriana Colloca, o crescimento de jovens empreendedores que se dedicam totalmente a Venda Direta possuí uma correlação. “O segmento agora conta com ferramentas digitais e não tem mais barreiras para crescer. Além disso, os jovens veem a Venda Direta não só como uma forma de complementar renda, mas também como uma opção real de empreendedorismo”, explica. “Quem atua no setor busca um porto seguro para empreender, considerando o baixo risco e investimento inicial, além de contar com treinamentos promovidos por empresas, que influenciam na melhoria de performance para os empreendedores”, conclui a presidente.
O setor de Venda Direta
A Venda Direta se popularizou no Brasil e no mundo na década de 1970, com a revenda feita por meio de visitas a domicílios de produtos como cosméticos, enciclopédias e utensílios de cozinha. Desde então, o setor passou por transformações, agregando empresas com produtos e serviços de diversas categorias, de roupas até produtos para casa, suplementos, materiais agrícolas e de construção.
De acordo com a ABEVD, os produtos e serviços comercializados por meio da Venda Direta no Brasil geraram um volume de negócios de R$ 45 bilhões, colocando o país como o maior mercado da América Latina e 7º no mundo.