O Relatório do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) de 2018 traz inúmeros aspectos e considerações sobre o empreendedorismo mundial. O número de empreendedores que trabalham com familiares – quase 20% do total mundial – é um dos temas que merecem destaque.

O relatório, patrocinado pela Faculdade Babson, pela Universidad Del Desarrollo e pela Korea Entrepreneurship Foundation, também mostrou que 6% dos indivíduos, com idades entre 18 e 64 anos, em 27 países, fazem parte da economia global e da economia compartilhada.

“O relatório mundial do Global Entrepreneurship Monitor mostra que a economia global reúne empresários de todos os tipos”, disse o coautor e Professor Associado de Empreendedorismo da Universidade de Utrecht, Niels Bosma. “Há muita atenção da mídia para startups inovadoras; no entanto, funcionários empreendedores, empresários de empresas familiares e empreendedores de pequena escala também desempenham um papel fundamental nas economias nacionais e locais. Este ano, os resultados do GEM também confirmaram que a atividade empreendedora na economia global e na compartilhada é substancial em todas as partes do mundo ”.

Coautora do estudo e professora de Empreendedorismo da Faculdade Babson, Donna Kelley, acrescenta: “Pode não ser uma surpresa que muitas empresas sejam de propriedade familiar, porque as vemos todos os dias e também vemos notícias sobre as grandes corporações familiares. No entanto, até onde sabemos, esse é o primeiro estudo global sobre o envolvimento das famílias na fase inicial do empreendedorismo. Os resultados mostram o quanto os empresários confiam nos membros da família para fazer os negócios decolarem”.

Confira alguns destaques do relatório do GEM:

Quase 1 em cada 5 empreendedores estão começando negócios que serão de sua propriedade e/ou serão gerenciados por membros da família, nas 47 economias em que foram avaliadas a atividade da empresa familiar. Colômbia, Emirados Árabes Unidos e Uruguai têm o mais alto nível de empreendedorismo familiar, respondendo por mais de um terço dos empreendedores.

A taxa mais alta de participação em atividades de economia compartilhada está na Coreia do Sul, com mais de 20% da população adulta. Israel, Chile, Irlanda e Estados Unidos também apresentam altas taxas de envolvimento na economia do compartilhamento, com mais de 10% da população adulta participando desse tipo de atividade. A nova comparação internacional mostra que, em todo o mundo, o envolvimento na atividade de economia compartilhada é significativo.

O GEM também elaborou um índice composto, o National Entrepreneurship Context Index (NECI), que avalia o ambiente para o empreendedorismo em uma determinada economia. O NECI é obtido a partir de 12 critérios, chamados ‘condições estruturais’, e conta com especialistas para fazer as avaliações.

O Qatar, um país de alta renda no Oriente Médio, recebe a maior pontuação no NECI, seguido pela Indonésia e Holanda. Um exame das principais economias confirma a importância das condições saudáveis ​​em todos os aspectos do ambiente que afetam o empreendedorismo. Os resultados do NECI no relatório representam um esforço inaugural para informar políticos, profissionais e outros públicos de interessesobre a força de seu ambiente geral para o empreendedorismo.

Tecnologia X Atacado/Varejo: Em todas as economias em desenvolvimento, as empresas atacadistas/varejistas respondem por mais da metade de seus empreendedores. Em contraste, em metade das economias de alta renda, quase 50% ou mais da atividade de startups está nos setores de serviços ou tecnologia.

O relatório examina as atitudes da sociedade sobre o empreendedorismo, o que pode indicar até que ponto há empreendedores em potencial e qual é o apoio para essa atividade. Em três países da Europa (Holanda, Polônia e Suécia), cerca de três quartos dos adultos afirmaram que é fácil iniciar um negócio, o maior índice das 49 economias estudadas. Na Holanda e na Polônia, além de Turquia, Tailândia, Guatemala e Madagáscar, mais de 80% das pessoas acreditam que o empreendedorismo é uma boa opção de carreira. A Tailândia também mostra o mais alto nível de atenção midiática para os empresários, com 87% dos adultos afirmando que os empreendedores são positivamente representados na mídia. Na Suécia, 82% dos adultos acreditam que há muitas oportunidades para iniciar negócios, o nível mais alto em toda a amostra.

Outro dado importante da pesquisa revela os tipos de empreendedorismo mais comuns. 

Empreendedorismo Solo – No Brasil, 53% dos empreendedores atuam sozinhos, sem cofundadores ou funcionários, e não têm planos de contratar. O próximo nível mais alto no indicador está em Madagáscar, onde 30% dos empreendedores atuam por conta própria e assim planejam continuar.

Atividade Empresarial Empreendedora – O empreendedorismo de funcionários de empresas é predominante na Europa. Na Suécia, na Alemanha e no Chipre, o empreendedorismo costuma acontecer tanto nas organizações quanto nas startups independentes. Em outros países, como Holanda e Canadá, altos níveis de empreendedorismo dos funcionários complementam as altas taxas de TEA (taxa de atividade empreendedora, da sigla em inglês).

Empreendedorismo de base familiar – Startups familiares contribuem substancialmente para o empreendedorismo em muitas economias. Em Angola, Líbano, Guatemala, Chile, Colômbia e Tailândia, 10% da população adulta, no mínimo,está começando negócios envolvendo familiares.

Economia Global e Economia Compartilhada – A ascensão da economia global e da economia compartilhada em todo o mundo levou a equipe do GEM a incluir perguntas sobre o tema na pesquisa de 2018. A maior taxa de envolvimento em tais atividades é, de longe, na Coreia do Sul, com mais de 20% da população adulta.

Fonte: DSN